sexta-feira, 30 de julho de 2010

Armazém de "Idéias" ou Amador também é Gente

Desde criança já cultivo esta minha paixão pelo teatro. Assim como todo ator profissional, um dia já fiz teatro na escola, na igreja, em gincanas de bairro, o chamado teatro amador.
Em 1995, meu sonho de participar de um grupo teatral se realizou. A partir de uma oficina que havia feito, fui convidado a entrar para em tal grupo e ainda participar de sua nova montagem, que estava prestes a estrear. Não poderia haver notícia melhor: iria subir em um palco de teatro pela primeira vez. Apresentar para uma plateia que havia pago para nos ver.
Mesmo assim, descobri que eu e meu grupo não éramos profissionais. Ainda não vivíamos de tal profissão - e nem tínhamos o bendito registro profissional. Mas isso pouco importava a mim e a meus colegas de grupo. Começamos a montar esquetes por conta própria, para apresentarmos em um festival anual que acontecia na cidade, fizemos um grupo paralelo ao nosso e mandamos ver. Era impressionante o "profissionalismo" que todos tinham ao levantar cedo, até mesmo em fins de semana, para comparecer aos ensaios. Confeccionávamos nossos próprios figurinos, textos, cenários e apresentávamos como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo naquele momento - e era. Ganhar?! Que nada. Até ganhamos alguns bons prêmios. Mas não era isso que importava. O que valia, era o fato de estar ali; o fato de poder dizer algo às pessoas que foram nos prestigiar e a sensação de estar fazendo história. E foi em uma dessas montagens que surgiu o Armazém de Idéias - na época ainda com acento. Um monte de moleques se divertindo em cima do palco, contando suas aventuras, sonhos, paixões e desilusões. Essa apresentação foi um divisor de águas em minha vida e na de meus amigos, acredito eu. Foi tão marcante em minha vida, que hoje tenho este blog e o nome não podia ser outro que não Armazém de Ideias - já sem o acento.
Hoje sou profissional, graduado e com o famoso papelzinho na carteira de trabalho que me define como tal. Ainda busco viver com mais dignidade de profissão tão nobre e desvalorizada nesse país, porém não perco aquela chama das épocas de "amador", pois é ela que me sustenta ainda para seguir em frente.
Quero neste momento parabenizar a todos os amadores - assim como eu e meus amigos fomos -que fazem teatro com prazer e se divertem fazendo isso. Continuem sendo amadores no termo, mas profissionais na vontade de atuar, mesmo que lhes digam que não o são.


Os atores da esquete Armazém de Idéias: Júnior Fonseca, Tiago Quites, Aldair Silva, Cleimar Menezes, Osvaldo Soares, Bruno Assunção e Samir Antunes.
Felizes amadores.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Uma Breve História do Rock - The King


Minha primeira postagem referente ao mundo do Rock não podia ser de outra pessoa que não ele, Elvis Aaron Presley, um jovem do Mississipi que entre as profissões de caminhoneiro e sargento do exército norte-americano, arranjou um tempo para se tornar o Rei do Rock. Elvis the pelvis, como era chamado, revolucionou o estilo musical com seu jeito de tocar, cantar e dançar. Com músicas e letras memoráveis, entrou para sempre no Hall of Fame e na história do Rock and Roll e de quebra atuou em filmes que entraram para a história - como Jailhouse Rock - da 7ª arte. Confiram uma de suas mais memoráveis performances em um de seus clássicos.

Assista o vídeo pelo youtube: http://www.youtube.com/watch?v=2e3CFIHCe8M

Você pode baixar esta música também: http://www.4shared.com/audio/_k9Mw9wv/Elvis_Presley_-_My_Way.htm

Um Outro Trabalho

Mais uma de minhas telas para vocês apreciarem, refletirem, comentarem e criticarem.
Criada em um período em que eu ainda era aluno do curso de artes cênicas da UFOP, a tela foi criada englobando, além de coisas do meu cotidiano, situações vividas no curso, que na época dispunha de uma estrutura precária.

Indagações Acerca de nossa Imaginação


Você já inventou estórias para seus amigos tão maravilhosas, fantásticas e geniais, que em determinados momentos chegou a se perguntar se elas realmente eram fantasiosas ou a mais pura verdade? Já ouviu casos curiosos, mas que, com a devida pitada de imaginação poderiam ficar bem mais apreciáveis aos ouvidos da platéia presente? Você já leu um livro ou assistiu a um espetáculo teatral, que de tão formidável a história passou a se sentir uma personagem dela e acreditar que era possível realizar todos aqueles feitos heróicos, descomunais, vis, extraordinários, e até mesmo patéticos, criados por seu autor?
Se fizermos todas estas indagações a uma criança, provavelmente ela saberá muito bem do que elas se tratam, mas terão dificuldade em compreender qual a razão de inúmeras questões, visto que seria óbvio e – o que é ainda melhor – extremamente divertido poder ser mais que uma simples pessoa, que trabalha para pagar suas dívidas todo o fim de mês, poder ser fantástico; ser vilão e mocinho; acreditar que é o pirata ou mesmo o garoto perdido que não queria crescer. Que estupendo poder se encontrar no País das Maravilhas só para poder ficar minúsculo, como uma formiga, e de repente gigante, como moinhos de vento! A criança é um contador de estórias em potencial; um verdadeiro pescador que joga a sua isca, e quando menos esperamos, estamos fisgados por sua pureza.
Diante de tudo isso, me deparo em mais uma indagação: Por que os adultos não conseguem ter este tipo de imaginação? Ou melhor: Por que lhes é vedado ter uma mente ainda tão infantil? Não o infantil das irresponsabilidades ou da imaturidade, mas o infantil do divertimento; da fantasia; da beleza nas coisas pequenas; da alegria que transforma a vida daquele que caiu em tristeza. A seriedade do dia-a-dia bloqueou a sensibilidade adulta. Construímos muros ao invés de pontes.
Se você é adulto e suas respostas para todas aquelas indagações iniciais são um SIM, não perca esta luz que você carrega e dissemine-a por todos ao seu redor, para que eles também aprendam como é bom enxergar além dos concretos que nos cercam. Agora, se suas respostas forem um não... Conviva mais com as crianças. Aprenda com elas como podemos ser vários e continuar sendo nós mesmos. Veja como a vida pode ser mágica sem perder a seriedade. Afinal, você quer ser autor apenas de sua vida, ou personagem na vida de milhares de outras pessoas?

Samir Antunes


O texto acima foi criado para o processo de montagem do espetáculo don Quijote após os atores terem assistido ao filme Big Fish, de Tim Burton.
Leia Alice no País das Maravilhas pela internet ou baixe:
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/alicep.html
Leia também
Indagações Acerca de nossa Imaginação no jornal virtual Via Fanzine.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ouro Preto Reciclada

No campo das artes, uma outra grande paixão minha é a fotografia. O olho do fotógrafo passa a ser também o nosso através do registro de um momento. Você pode ver várias fotos de um mesmo lugar ou objeto, mas nunca o sentimento transmitido por aquela imagem será o mesmo. Cada retrato tirado por alguém tem uma história diferente e podemos compartilhá-la mesmo não estando presentes naquele local e momento. Podemos conhecer lugares e pessoas e até mesmo nos horrorizar com a fúria da natureza e as barbáries do ser humano.
Morador da cidade de
Ouro Preto/MG à sete anos, o que não me falta são lugares lindos para fotografar. Uma cidade bonita por sua arquitetura e também por sua própria natureza. Mas como toda cidade, Ouro Preto também tem seus problemas, e um deles é um certo descuido no que diz respeito a sua limpeza. São encontradas poucas lixeiras na cidade e os cidadãos e turistas ainda despejam seu lixo nas ruas, dificultando cada vez mais o trabalho dos funcionários da limpeza pública. Não é difícil transitar pela cidade e ver nos córregos - usados como esgoto a céu aberto - os mais diversos tipos de lixo (garrafas pet, sacos plásticos, caixas de papelão, etc.) abandonados em sua água corrente.
De forma tal, que, resolvi juntar o útil ao agradável e como forma de expressão artística e conscientização, fiz algumas fotos pela cidade buscando visualizar este problema, assim como também as soluções. Através da minha lente, busquei encontrar uma Ouro Preto diferente da que se vê nos livros e sites de roteiros turísticos, uma Ouro Preto reciclada. Sendo este o nome que eu dei para esta minha "exposição": Ouro Preto Reciclada. Abaixo vocês poderão ver o resultado de algumas destas fotografias e comentarem o que acharam. Qual o sentimento que lhes foi transmitido pelas imagens e como é enxergar esta "nova" Ouro Preto. Fiquem à vontade.

Fotos: Samir Antunes
Série Ouro Preto Reciclada:
I - Não Jogue Lixo Neste Local
II - Lavagem e Polimento
III - Favor não colocar o Lixo no Chão






















































terça-feira, 27 de julho de 2010

Tudo tem um Começo

Sempre fui um apaixonado pelas artes visuais. Adorava assistir a desenhos animados e me intrigava a forma como aquilo era capaz de acontecer. Como aqueles homens desenhavam tais coisas e faziam elas se movimentarem? De onde surgiam tamanhas ideias para criarem aquelas histórias engraçadas - a maioria tragicômicas?
Gostava também de admirar quadros, desenhos feitos a mão e foi aí que me peguei com aquela vontade súbita, que só se encontra nas crianças, de aprender a desenhar. Pegava os desenhos que me agradavam, a maioria de super heróis tirados de revistas em quadrinhos, e com aqueles cadernos de desenho que vinham com folhas de seda anexada a cada folha branca, tirava cola (mais conhecido como copiava) deles e depois coloria, achando desta forma que era autor de tais obras. De certa forma, isso me ajudou a desenvolver noções básicas sobre técnicas de sombreamento, profundidade, proporção e outras tantas de que se necessita para criar desenhos dignos de uma obra de arte. E desta forma fui evoluindo. Já não mais tirava cola, agora olhava as figuras que me agradavam e as reproduzia a olho nu. Ainda não eram as minhas próprias criações, mais já se aproximavam da perfeição que eu buscava e admirava em tais artistas.
Na escola, a atenção nas aulas começaram a competir com os rabiscos nos cadernos, buscando criar minhas próprias obras. Encontrava-se muito mais desenhos feito com minhas canetas esferográficas, as famosas Bic, do que as matérias passadas pelos professores. Das equações de matemática e fórmulas de física e química, só posso agradecer aos símbolos que elas traziam, pois estão muito presentes em minhas obras. Junto a estes desenhos, eram mescladas frases de efeito, criadas por mim ou extraídas de algum lugar. Tudo que me vinha à mente era colocado no papel.
Cheguei em um ponto de minha vida a atazanar minha mãe para que me colocasse em uma aula de desenhos, para conhecer profundamente esta arte tão fascinante, e ela sem muitas condições, se virou de tal jeito que lá estava eu matriculado. Fui então entusiasmado, com todo material a que tinha direito - régua, compasso, esquadro e etc - conhecer a dona Artumira, uma notável artista e professora de minha cidade. Com ela aprendi coisas que estão presentes até hoje em minhas telas. Pena que meus estudos duraram exatos duas semanas. Foi o tempo que tive até o dia em que dona Artumira me deu um esporro na classe, por ter feito não sei o que lá de errado. E como eu era muito novo e tímido, não quis mais voltar às aulas, coisa de que me arrependo até hoje.
Mas pensam que minha carreira se acabou aí? Que nada. Aquela vontade continuou me acompanhando e ficava eu pensando no quê poderia desenhar. O quê eu criaria de interessante e que me caracterizasse enquanto artista plástico. Que tipo de desenho era uma expressão única e exclusiva minha? Foi então que a famosa lâmpada dos desenhos animados surgiu em minha mente! Desenharia aquelas informações que me vinham a cabeça. As mesmas que eu desenhava e escrevia em meus tempos de ensino fundamental e médio usando canetas esferográficas, só que agora um pouco mais apuradas. Ao invés de caderno, uma folha canson; no lugar de minhas Bic, canetas a gel em preto e algumas em vermelho. Aí foi só juntar o que eu sabia, ao que aprendi em minhas épocas de cola com os saberes - ainda que rápidos - de dona Artumira e pronto! Finalmente eu realizava meu sonho de infância: era um desenhista de minha própria arte.
Não sou nenhum Picasso, Michelangelo ou Van Gogh, mas posso dizer que me orgulho do trabalho que realizo e que ele me mostrou que intempéries de um começo só fortalecem a bonança de seu fim.
Ao lado se encontra um destes meus trabalhos. Nele compartilho com todos vocês um pouco do que se passa em minha mente; minha vida; meu mundo.
Espero que apreciem e comentem.









Leia também esta, e outras matérias, pelo jornal virtual Via Fanzine.