terça-feira, 27 de julho de 2010

Tudo tem um Começo

Sempre fui um apaixonado pelas artes visuais. Adorava assistir a desenhos animados e me intrigava a forma como aquilo era capaz de acontecer. Como aqueles homens desenhavam tais coisas e faziam elas se movimentarem? De onde surgiam tamanhas ideias para criarem aquelas histórias engraçadas - a maioria tragicômicas?
Gostava também de admirar quadros, desenhos feitos a mão e foi aí que me peguei com aquela vontade súbita, que só se encontra nas crianças, de aprender a desenhar. Pegava os desenhos que me agradavam, a maioria de super heróis tirados de revistas em quadrinhos, e com aqueles cadernos de desenho que vinham com folhas de seda anexada a cada folha branca, tirava cola (mais conhecido como copiava) deles e depois coloria, achando desta forma que era autor de tais obras. De certa forma, isso me ajudou a desenvolver noções básicas sobre técnicas de sombreamento, profundidade, proporção e outras tantas de que se necessita para criar desenhos dignos de uma obra de arte. E desta forma fui evoluindo. Já não mais tirava cola, agora olhava as figuras que me agradavam e as reproduzia a olho nu. Ainda não eram as minhas próprias criações, mais já se aproximavam da perfeição que eu buscava e admirava em tais artistas.
Na escola, a atenção nas aulas começaram a competir com os rabiscos nos cadernos, buscando criar minhas próprias obras. Encontrava-se muito mais desenhos feito com minhas canetas esferográficas, as famosas Bic, do que as matérias passadas pelos professores. Das equações de matemática e fórmulas de física e química, só posso agradecer aos símbolos que elas traziam, pois estão muito presentes em minhas obras. Junto a estes desenhos, eram mescladas frases de efeito, criadas por mim ou extraídas de algum lugar. Tudo que me vinha à mente era colocado no papel.
Cheguei em um ponto de minha vida a atazanar minha mãe para que me colocasse em uma aula de desenhos, para conhecer profundamente esta arte tão fascinante, e ela sem muitas condições, se virou de tal jeito que lá estava eu matriculado. Fui então entusiasmado, com todo material a que tinha direito - régua, compasso, esquadro e etc - conhecer a dona Artumira, uma notável artista e professora de minha cidade. Com ela aprendi coisas que estão presentes até hoje em minhas telas. Pena que meus estudos duraram exatos duas semanas. Foi o tempo que tive até o dia em que dona Artumira me deu um esporro na classe, por ter feito não sei o que lá de errado. E como eu era muito novo e tímido, não quis mais voltar às aulas, coisa de que me arrependo até hoje.
Mas pensam que minha carreira se acabou aí? Que nada. Aquela vontade continuou me acompanhando e ficava eu pensando no quê poderia desenhar. O quê eu criaria de interessante e que me caracterizasse enquanto artista plástico. Que tipo de desenho era uma expressão única e exclusiva minha? Foi então que a famosa lâmpada dos desenhos animados surgiu em minha mente! Desenharia aquelas informações que me vinham a cabeça. As mesmas que eu desenhava e escrevia em meus tempos de ensino fundamental e médio usando canetas esferográficas, só que agora um pouco mais apuradas. Ao invés de caderno, uma folha canson; no lugar de minhas Bic, canetas a gel em preto e algumas em vermelho. Aí foi só juntar o que eu sabia, ao que aprendi em minhas épocas de cola com os saberes - ainda que rápidos - de dona Artumira e pronto! Finalmente eu realizava meu sonho de infância: era um desenhista de minha própria arte.
Não sou nenhum Picasso, Michelangelo ou Van Gogh, mas posso dizer que me orgulho do trabalho que realizo e que ele me mostrou que intempéries de um começo só fortalecem a bonança de seu fim.
Ao lado se encontra um destes meus trabalhos. Nele compartilho com todos vocês um pouco do que se passa em minha mente; minha vida; meu mundo.
Espero que apreciem e comentem.









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